A formula de Obama para manter os EUA em primeiro.A preocupação com um declínio dos EUA e a competição de países em ascensão, como a China, assim como propostas para evitar a perda da liderança mundial, marcaram um histórico discurso de Barack Obama
As metas são, no mínimo, ambiciosas. O palco, o Congresso americano, estava devidamente preparado para o tradicional discurso anual sobre o estado da união.
Em um dos mais marcantes pronunciamentos dos seus dois anos de mandato, o presidente dos EUA, Barack Obama, apresentou na noite de terça-feira (madrugada de ontem pelo horário de Brasília) sua visão sobre o futuro do país – e sobre a necessidade de inovar para manter a liderança mundial.
Houve promessas de corte de impostos, acenos para a oposição republicana e propostas sobre os temas mais variados, de imigração a energia.
E, nas entrelinhas, estava, claro, a preocupação do presidente com as eleições de 2012, quando buscará um segundo mandato. Mas o tom principal do discurso foi mesmo o de “planejamento a longo prazo”, em uma disputa para manter os EUA à frente de potências econômicas em ascensão. Os adversários têm nome: China e Índia.
Para Obama, os americanos vivem hoje um “momento Sputnik”, uma referência à corrida espacial que o país travou com a União Soviética nas décadas de 50 a 70.
Uma corrida na qual os EUA saíram atrás, mas em que se recuperaram a tempo e se consolidaram como a megapotência do século 20.
– Meio século atrás, quando os soviéticos nos derrotaram na corrida espacial, ao lançar um satélite chamado Sputnik, nós não tínhamos ideia de como os superaríamos para chegar à Lua. Mas, após investir em mais pesquisa e educação, nós não apenas superamos os soviéticos, como também lançamos uma onda de inovação que criou indústrias e milhões de empregos. Este é o momento Sputnik da nossa geração – discursou Obama na terça.
Para garantir que isso se repita no século 21, o líder americano propôs uma estratégia de três pontos: incentivo à inovação, incluindo o desenvolvimento de energias alternativas; melhoria na educação das crianças americanas; e investimentos em infraestrutura.
Obama deixou claro que precisa do apoio dos republicanos para as mudanças que considera necessárias – e, em um esforço para conquistá-lo, acenou com temas caros aos adversários. Entre eles, o corte de despesas governamentais – com o objetivo de economizar mais de US$ 400 bilhões até 2015 – e a redução dos impostos das empresas |