RIO - A China afirmou que o Google violou uma "promessa em escrito" e está "completamente errado" em pôr fim à autocensura de sua página chinesa www.google.cn, sinalizando uma resposta linha-dura na disputa. Uma autoridade do Gabinete de Informação do Conselho Estatal da China, que ajuda a vigiar as regras de Internet do país, fez os comentários após o Google começar a redirecionar usuários chineses ao site de Hong Kong .
Seus comentários sugerem que o Google deve esperar problemas com as autoridades chinesas, mais de dois meses depois de ter anunciado que não iria mais aceitar autocensurar seu site chinês e que foi atacado por hackers chineses.
"O Google violou uma promessa escrita feita ao entrar no mercado chinês", disse a autoridade, "Isso está totalmente errado. Nós somos completamente opostos à politicização de assuntos comerciais e expressamos nosso descontentamento e indignação ao Google por suas acusações e ações sem razão". (Leia também: Todo mundo perde com a disputa entre Google e China )
O Google afirmou que pretende manter suas operações de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e sua presença comercial no país, alertando que o tamanho de sua equipe de vendas depende parcialmente em se usuários chineses consigam ou não acessar a versão de Hong Kong do site de buscas.
A crise entre o Google e a China começou em janeiro, quando a empresa americana acusou o governo chinês de estar por trás de um ataque cibernético a contas de ativistas políticos no Gmail. (Leia também: Ataques ao Google na China exploraram falha no Explorer, navegador da Microsoft )
Na época, o Google disse que não aceitaria mais censurar resultados em sua ferramenta de buscas no país asiático. A China sempre negou envolvimento com os ataques e repetidamente afirmou que a empresa deveria respeitar as leis locais .
A China conta mais de 350 milhões de internautas e um mercado de buscas online com movimento anual de mais de US$ 1 bilhão. No país, o Google é o segundo colocado, bem atrás do site local Baidu. Apesar de seus atrativos, as empresas que desejem operar no país precisam acatar rígidas regras de censura que proíbem a discussão ou exibição de páginas sobre tópicos delicados que variam da independência do Tibete ao proscrito movimento religioso Falun Gong.