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Mundo Financeiro - O Olhar de um Gestor

Mundo Financeiro - O Olhar de um Gestor

Livro: Mundo Financeiro - O Olhar de um Gestor
Autor:Alexandre Póvoa
Artigo: O negócio é fugir da manada, fazer poeira, remar contra a corrente
 

Alexandre Póvoa gosta do que faz. Escreveu Mundo Financeiro - O Olhar de um Gestor movido "pela paixão". Gestor de recursos com quase 20 anos de carreira, ancorada na área de fundos de investimento, economista pós-graduado aqui e em Nova York, abre logo o jogo: "Feliz é aquele que é apaixonado pela profissão que exerce". No senso comum, sempre haverá quem se surpreenda, pois o mercado financeiro exige que gestores, analistas etc., sejam frios e implacáveis na defesa do dinheiro dos clientes (de preferência) e das empresas. Mas Póvoa não mistura as coisas: dedicação ao trabalho não impede decisões racionais, ainda que nesse mundo a racionalidade "nem sempre seja cartesiana". Realista, não foge de temas conflitivos. Fundamentalista, daqueles que acreditam na primazia do "valor intrínseco do papel" - para além de análises gráficas e que tais -, não corteja ilusões, nem hesita em remar contra a corrente.

Em o Mundo Financeiro (seu segundo livro), Póvoa "busca revelar, através de explanação teórica e narração de experiências próprias, alguns segredos dos bastidores" da carreira. O livro faz, assim, um sobrevoo do sistema de fundos de investimento. Dirige-se aos gestores de recursos, mas pode ser também apropriado por estudantes e/ou recém-formados - e até por investidores que já conseguiram furar a primeira camada da mata espessa do jargão financeiro. Não precisa ser lido linearmente. Pode ser consultado aos pedaços; cada bloco é um bloco. Alterna capítulos da atualidade (a crise de 2007/2008, por exemplo) com trechos de manual escolar, às vezes aprofundando-se nas tecnicalidades. Artigos, comentários e "dicas de gestão", num estilo mais solto e provocativo, quebram a sensaboria apostilar de vários capítulos.

Vale a pena destacar alguns pontos que resumem o trabalho do gestor, alguns dos quais tendo deixado marcas pessoais no autor. Um deles é o episódio da "marcação a mercado" das cotas dos fundos de investimento ("a pior crise já vivida" pelo setor"), determinada em 2002. Decisão de 1985, não era aplicada porque os títulos públicos das carteiras mantinham equivalência entre preços nominais e reais. Como a renda fixa era fixa só para baixo - na cabeça dos investidores e de todo mundo -, o valor da cota sempre subia.

Em 2002, porém, incidentes com entidades do setor público combinados com a crescente liderança de Lula nas pesquisas instauraram um clima de incerteza e levaram pânico aos mercados - o dólar foi a R$ 4 e a Selic, a 26%. Títulos públicos de médio e longo prazos perdiam credibilidade, o valor das carteiras caía e a marcação a preços de mercado, afinal decretada para maio, significou redução em termos reais no valor da cota e até perda de capital, conforme o fundo. Cotistas se indignaram, fundos sangraram. Poucos acreditaram na Carta aos Brasileiros, em que Lula prometia estabilidade. Póvoa foi um dos que acreditaram e continuou aplicando em papéis de um ano e meio de prazo. Não confessa arrependimento, mas lamenta: foi chamado de "irresponsavelmente agressivo" quando comandava a área de investimento de uma das maiores gestoras de recursos do país (a ABN Amro).

Desse e outros episódios, Póvoa extraiu uma das muitas lições que aprendeu ao longo da carreira. "Advogo o máximo de liberdade para as instituições financeiras e não financeiras operarem, sem interferência e concorrência do governo no dia a dia dos negócios", escreve. "Porém, isso não significa que o Estado deva se omitir em seu papel regulador, coibindo abusos e interferindo toda vez em que o sistema estiver em perigo, criando limites para a ganância quase nata dos mercados." E acrescenta, em outra passagem: "Em um mercado tão concorrido como o nosso, autorregulação só funciona em tempos de paz, nunca de guerra".

Semelhante distanciamento crítico aparece em outros temas sobre os quais Póvoa se debruça. É o caso dos conflitos de interesse que podem ocorrer, numa instituição, entre as turmas da gestão de recursos de terceiros, de vendas e da tesouraria dos bancos. "Por mais sérios que sejam os profissionais envolvidos, como confiar que suas opiniões sejam isentas?" Impõe-se, então, uma reestruturação, uma "separação nítida" entre os departamentos envolvidos - e, quando for o caso, punição (que nos Estados Unidos tem ido além de simples multas) para os recalcitrantes que "misturam dinheiro próprio com o de terceiros".

É o caso também dos temas da governança corporativa e da responsabilidade social e ambiental, que elenca num só capítulo. Póvoa louva os avanços das empresas - e da própria Bolsa, com seus vários níveis e Novo Mercado. Mas, no verso dessa imagem, mostra-se bem reticente quanto ao entorno que cerca o debate. Não duvida de seu mérito, mas irrita-se diante de "modismos" e da divisão que se formou, segundo ele, entre as turmas "do bem" e "do mal" (os que não são considerados "eco-socialmente responsáveis") - e não vê desempenho melhor em Bolsa dos índices de governança e sustentabilidade (sobram pouquíssimos fundos realmente "éticos", afirma). "A principal função da empresa é contribuir para o crescimento através da inovação e da geração de emprego", escreve. Esclarece, porém: a boa notícia, para ambas as turmas, é que não precisa haver "contradição entre responsabilidade corporativa e social e foco na riqueza do acionista".

Póvoa não glamouriza o sistema ("o mercado financeiro é um segmento que normalmente atrai profissionais mais gananciosos e egocêntricos do que a média da sociedade"). Cria perfis, caricaturando os analistas, os "inimigos" da porta ao lado (ou do andar acima), pespegando-lhes pechas tipo "analista fã-clube", "analista empresa-padrão", "analista diretor-frustrado-de-empresa". Aos gestores, em particular - sua atividade básica -, reserva, para além das análises críticas, palavras de estímulo, que incentivam esforço, dedicação, estudo, trabalho em equipe, transpiração sem perder a intuição. A tendência de queda dos juros numa economia que cresce e as modernidades do mundo globalizado mudam o panorama, embrutecendo a competição. Renda variável e derivativos multiplicam as alternativas para os gestores e tornam sua vida mais complicada - pois acabou a moleza dos tempos da renda fixa.

Após uma carreira de muitos anos no ABN Amro (os holandeses que compraram o Banco Real, recentemente vendido aos espanhóis do Santander) - e desde 2003 dirigindo o Modal Asset Management -, Alexandre Póvoa, entre apaixonado e prático, recomenda a seus pares, com direito a alguma escorregadela: lute todo dia pela excelência; fuja da manada (pelo menos nos cenários ainda indefinidos, nem céu de brigadeiro nem névoa densa); se for o caso, faça poeira em vez de comer poeira. Em suma: para fazer uma boa carreira, "ame a profissão, não o emprego" ou o patrão.



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